segunda-feira, 23 de março de 2009

Sato, José


“Meu pai foi um empreendedor. Começou a vida de empresário do comércio em 1943, em Assaí. Em 1967 instalou uma outra loja em Londrina e fez história. A Casa Sato tornou-se referência em Londrina e região. Começou com "secos e molhados" em Assaí, mais tarde, tecidos e confecções e hoje em Londrina, presentes e arranjos florais.”
(José Sato)




A história de Hisashi Sato, patriarca da família Sato, é parecida com a maioria dos imigrantes que chegaram ao Brasil, constituíram famílias e integraram-se à cultura do país. Quem relata a trajetória da família é o comerciante José Sato, à frente da Casa Sato, uma das mais importantes e tradicionais do ramo, em Londrina. “Meu pai nasceu em 1918, na Província de Fukushima. Veio para o Brasil compondo a família do tio Maruyama, em 1934. Tinha 15 anos quando aportou em Santos. A viagem foi feita a bordo do Hawai Maru, que deixara o Porto de Kobe, no Japão, e que teve duração de quase 60 dias. Quando aqui chegaram, foram enviados para trabalhar na lavoura, na cidade de Registro, onde permaneceram durante 8 anos. Meu pai freqüentava as aulas de português para poder se comunicar. Quando completou 19 anos foi para São Paulo, onde ficou pouco tempo. Trabalhou na Casa Azul, em Londrina, de propriedade de imigrantes japoneses.”
Hisashi Sato permaneceu em São Paulo apenas 1 ano. Optou por Assaí, no Norte do Paraná, para fixar moradia. Foi lá que ele conheceu Michi Iwamoto, também imigrante, e que chegou ao Brasil no inverno de 1932, a bordo do navio Africa Maru. “Minha mãe era uma criança quando imigrou para o Brasil. Tinha 10 anos. Quando chegou, ela e a família do tio Sukesaburo Nishikida foram para a Estação Atalaia, onde trabalharam na lavoura da Fazenda Santo Antonio de Moura e Andrade e Cia, no interior paulista. Meus pais se casaram e tiveram 5 filhos: Eliza, Jorge, José, Oscar e Celso, todos com formação em curso superior.
Foi em Assaí, em 1943, que Hisashi Sato iniciou sua vida como comerciante. Anos mais tarde, em Londrina, abriu a Casa Sato Ltda, tecidos e confecções, consagrando o estabelecimento como um dos mais tradicionais de Londrina. “Meu pai retornou ao Japão, pela primeira vez, em 1951, logo após o término da guerra. Ele nos contava que ao chegar lá encontrou um país totalmente destruído. Porém, a sua mãe continuava viva e isso foi motivo de muita alegria, afinal, há muitos anos não se encontravam. Depois dessa primeira viagem, ele e a minha mãe, Michi, fizeram outras viagens a passeio. Minha mãe também pôde rever minha avó, em Hokkaido, depois de 50 anos”, ressalta.
Hisashi e Michi era um casal atuante e de expressão junto à colônia japonesa, participando de várias associações de classe. “Meu pai trabalhou em prol da comunidade da cidade de Assaí, arrecadando fundos para a construção da igreja Matriz. Encabeçou a campanha de calçamento e a reforma do cemitério. Ele participou da festa de jubileu de ouro da igreja, em maio de 1994, como a única testemunha da história da construção e discursou um texto, ressaltando: ‘...fico imensamente agradecido a Deus que nos deu a oportunidade de sermos úteis para a construção de sua Casa, em Assaí’.” Atualmente, Hisashi Sato está com 89 anos, mora em São Paulo e goza de saúde, apenas com dificuldade de locomoção. “Antes de mudar-se para São Paulo, meu pai morou 10 anos em Londrina, onde participou da comunidade nipo-brasileira. Durante toda a sua vida, participou ativamente da Associação Fukushima do Brasil. Ele tem 12 netos e 11 bisnetos.
O filho José Yukiharu é casado com Neusa. Elisa é casada com Hitoshi Sakurai, Jorge Tadashi, com Irene, Oscar Yoshimassa com Aparecida, Celso Kazutoshi com Kazuko.

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