segunda-feira, 23 de março de 2009

Maeda, Paulo Takushi


“Meus pais trabalharam muito, tanto na lavoura como no comércio. Chegaram a ter uma lotérica e eu me lembro que, com 9 anos de idade, corria pela cidade toda levando o resultado dos jogos para as pessoas.”
(Paulo Takushi Maeda)







Yoshihiro Maeda e Zitsuyo Maeda vieram casados para o Brasil. Em busca de prosperidade, deixaram a pequena cidade de Sayo, em Hyogo Ken, ao sul do Japão. Em Santos, o casal aportou numa manhã fria, com o coração apertado de saudades. E com a esperança de aqui prosperar e mais tarde retornar ao país de origem. Assim como a maioria dos imigrantes.
No Brasil o casal foi enviado para o interior paulista, na cidade de Pompéia, onde permaneceu durante muitos anos. “Meus pais trabalharam duro na lavoura, ganharam dinheiro e adquiriram terras. Plantavam algodão e hortelã. Mas perderam a safra e tiveram que vender as terras para pagar o Banco do Brasil. Aí se mudaram para Lucélia, onde meu pai trabalhou como peixeiro. Lá tiveram o primeiro filho, que veio a falecer, e depois os outros: Tizuko, Takushi e Júlia Kazuhiro Maeda. Isso foi em 1947. Depois de Lucélia fomos para Flórida Paulista, onde meu pai continuou com uma peixaria e uma lotérica”, relata Paulo Takushi Maeda.
Depois de Flórida Paulista a família transferiu-se para a região de Paranavaí. “Como meus pais já não conseguiam mais comprar terras, montaram um bar. Eu cursava o último ano do grupo escolar. Nos mudamos para Marialva, onde meu pai, atendendo ao convite de um amigo, foi trabalhar no comércio de secos e molhados. Nessa época, tínhamos certa estabilidade financeira. Eu terminei o ginásio em Marialva”, relembra.
Desde os 11 anos, Maeda trabalhava em farmácia. Adquiriu conhecimento e terminou o ginásio em 1957 quando se mudou para Londrina. “O objetivo era estudar. Meus pais haviam ficado em Marialva e eu fui morar com Soiti Taruma, grande líder da colônia e um grande fazendeiro. Eu cuidava dele e da esposa. Trabalhava durante o dia no escritório da fazenda e à noite fazia o curso de técnico em contabilidade no Colégio Londrinense. Isso tudo em 1958”, completa.
Doente, com problemas sérios pulmonares, o imigrante Yoshihiro precisou mudar-se para Campos do Jordão, para se tratar. “Nesta época, meus pais já moravam em Capivari, perto de Campinas. Minha mãe lá permaneceu. Fritava pastéis para vender. Eu me formei em contabilidade e fui contador da serraria Kimura, em Cruzeiro do Oeste, onde permaneci de 1961 a 1963. Retornei a Londrina para administrar os bens do senhor Soiti e fiquei nesta função até 1971, quando me formei em Direito pela Universidade Estadual de Londrina”, diz.
Paulo Takushi Maeda chegou a advogar durante 5 anos. Em 1976 candidatou-se a vereador e fez um curso para lecionar. “Lecionei no Colégio Mário de Andrade e Ipolon. Fui dar aulas para me relacionar com os adultos, sempre com uma visão política. Me elegi pela Arena e fiquei na legislatura de 1977 a 1982”, conta.
Idealizador, ele criou um programa voltado para a colônia japonesa, transmitido pela Rádio Clube. “A minha esposa, Rosa, era locutora. Nós transmitíamos notícias da colônia e tocávamos músicas japonesas. Naquele mesmo ano, a TV Coroados criou um programa similar que depois passou a ser veiculado pela TV Tropical. Era muito bom, tinha shows variados e apresentação de diversos cantores amadores”, relembra Maeda, que manteve o programa até 1982.
O casamento com Rosa foi em 1968. O casal teve três filhos: Tiemi Adriana, Paulo Rogério Tsukassa e Ana Paula Tammi. Eles têm quatro netos Othoniel, Paulo, Tiago, Paulo Guilherme.
Maeda trabalhou na Prefeitura de Londrina, durante a segunda gestão de Antonio Belinati. Depois atuou junto ao prefeito Luiz Eduardo Cheida e foi convocado pelo governo Jaime Lerner, para assumir a superintendência regional da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, onde permaneceu durante 4 anos, até 1998.
Polivalente, atuante em diversos segmentos, Maeda trabalhou junto aos dekasseguis, sempre como voluntário. Atualmente é o gerente administrativo da Aliança Cultural Brasil Japão e Liga Desportiva Cultural Paranaense.
Como hobby, Maeda adora pescar. Mas outra paixão faz dele um grande colecionador: o de gibis, em especial o Tex. “Há 39 anos coleciono. Uma herança que deixarei para os meus netos”, conclui.

8 comentários:

  1. Soiti Taruma é meu bisavô, sou neto da Sumie Taruma (maria rosa) e Filho de Marcus augusto...
    esta na net procurando algo sobre meu bisavô e achei essa materia... muito legal.. (pedrawn@hotmail.com)

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    1. Pedro Augusto: Nossa! Vai para quase seis anos que Vc. postou essa mensagem e só hoje é que notei. Desculpe.
      Pedrinho, assim como chamava seu pai de Marquinhos, hoje lembro com muita saudades dos tempos em que atendia seu pai e tios Helinho e Soninha, levando e buscando-os no colégio. Teu pai começo no "O Peixinho" que existe até hoje, se não engano, no mesmo lugar. O tempo passa , o tempo voa e ficam as recordações. Veja no facebook o jornal Nippo Paraná.

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  2. Parabens a voces todos. Familia muito bonita!

    De Mario e Arissa Maeda de |Curitiba-Pr

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  3. Adorei a Matéria.

    Sou um Takushi Também.

    No face estou como Paulo Takushi

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    1. Até hoje, Vc. é a primeira pessoa que me diz que tem o mesmo nome. Pelo Kanji, o meu nome significa; Aventureiro, desbravador, pioneiro e.... Notícias da comunidade nipo-brasileira de Londrina e região, veja no jornal Nippo Parana, no facebook.

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  4. Sou neta de Soiti Taruma, filha de Tamotsu Taruma e Neusa d' Egmont Taruma. Fiquei feliz em saber que tens boas recordações de meu avô e minha avó.

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    1. Olá Martha. Acho que vc é a filha mais nova do Tamotsu e Neusa. A outra irmã, lembro me que foi ao Japão e acho que permanece por lá onde formou Família. Estou certo? Abraços e tudo de bom .

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  5. Minha irmã Marcia nunca foi ao japão. Quem mora lá é a outra filha (adotiva) de meu pai com Luduelte Pereira.

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