segunda-feira, 23 de março de 2009

Sakamoto, Titako Tamguti




‘’Meus pais sofreram muito no Brasil. Tiveram 10 filhos e os criaram com dificuldades. Sofreram preconceito. Eles contavam que não era permitido ter livros japoneses em casa e muito menos falar japonês. Podiam ser presos.”
(Titako Tamguti Sakamoto)




“Akita não é apenas a província origem da famosa raça de cães de mesmo nome, mas também uma terra de belas paisagens naturais, rica cultura e preciosas tradições, como o Festival de Kanto, indicado como patrimônio cultural intangível do país. Sua intensa atividade econômica coloca Akita como a maior cidade nesse quesito localizada na região norte e nordeste do Japão.” Quem explica com sutileza de detalhes é a senhora Titako Tamguti Sakamoto, casada com Yutaka Sakamoto, mãe de 4 filhos: Fátima, Kenti Luis, Jorge e Marcelo. “Meus pais, Tokie e Yonekiti Tamguti, casaram-se em Akita e vieram para o Brasil a bordo do Kasatu Maru trazendo a filha mais velha no colo. No Brasil foram trabalhar na região Mogiana, numa fazenda de café. “Eu nasci lá, onde ficamos durante 10 anos. Depois nos mudamos para Uraí e fomos trabalhar com rami nas terras de Manjiro Watanabe, gerente geral da Companhia de Terras Sul América, e que na década de 30 chegou à gleba, trazendo consigo os primeiros trabalhadores para dar início ao desbravamento. Meus pais tiveram 10 filhos e a vida toda escutei eles falando que queriam voltar ao Japão. Mas nunca conseguiram o dinheiro suficiente para levar todos. Então ficaram. Meu pai sempre chorava calado, quieto num canto, ao ler a carta do único irmão que permaneceu em Akita”, recorda com lágrimas nos olhos. “Aquele tempo pós-guerra foi penoso. Eu via meus pais sofrendo e sofria junto.”
Dona Titako foi apresentada ao marido no dia do casamento. “A mulher japonesa era submissa aos pais e ao marido. A gente nem questionava, simplesmente obedecia. Depois de casados, moramos em Uraí durante 21 anos”, revela. No final dos anos 90 ela foi trabalhar no Japão por 2 anos. “Retornei e há 7 anos comprei o restaurante Mister Mix, onde divido funções com meu filho Jorge. Eu cozinho e ele administra. Somos uma equipe de 9 pessoas”, explica.
Vaidosa, ela afirma ter puxado para a mãe os cuidados que têm com a aparência. “Mesmo nos tempos de lavoura, de trabalho árduo, minha mãe se cuidava. Era uma mulher bonita. Eu fui cabeleireira em Uraí. Meus filhos eram pequenos e eu os criei dentro do salão, que por sinal era o mais freqüentado da cidade”, conclui.

Um comentário:

  1. いい文化ですねぇ、オモロイ家族だぁー
    今までが、皆大変です、でも頑張ってます!!!
    by坂本

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