segunda-feira, 23 de março de 2009

Makimoto, Takeshi















"Meus pais eram muito trabalhadores. Abriram matas fechadas. Deram duro na lavoura.”
(Takeshi Makimoto)




Ao imigrar para o Brasil, no dia 23 de dezembro de 1934, a bordo do navio Manira Maru, o casal Ume e Kamekiti Makimoto trouxe com eles a matriarca Satsuki Makimoto, viúva de Sussako Makimoto, que havia falecido no Japão. Casados, com três filhos, Ume e Kamekiti aportaram em Santos com o coração pulsando de esperança por uma vida melhor. Queriam prosperar e poder retornar à terra de origem. Com os filhos Miroko, 5 anos, Yoshie, 3 anos, e Miaki, 3 meses, o casal logo foi enviado para uma fazenda de café no interior de São Paulo. No Brasil eles tiveram os outros filhos: Yoshikiti e Hiroshi (gêmeos), Takeshi, Fumyo, Mieko, Kiyoharu e Tomio.
A trajetória da família é contada por Takeshi: “Em 1943 meus pais foram para Bastos. Eles criavam bicho-de-seda e conseguiram conquistar bons rendimentos. Com o dinheiro, construíram galpões e formaram uma plantação de amoreira. Mas devido à guerra, o consumo e o mercado internacional foram enfraquecendo financeiramente a família. Com a queda, nos mudamos para a cidade de Quatá, onde tentamos comercializar os ovos do bicho-da-seda. E como não havia o retorno desejado, voltamos para o ramo de verdura arrendando terras. Isso foi em São Bernardo do Campo”, relata.
Em 1950, falece a avó Satsuki. “Foi quando meus pais mudaram-se para São José dos Campos e foram plantar tomate. Tiveram grande sucesso financeiro. Eu fui morar em Indaiatuba, onde comprei uma fábrica de sembê (biscoito japonês), ficando com a fábrica por 3 anos e 6 meses. Com o dinheiro que consegui fui para São Paulo onde comprei uma auto-elétrica. Eu via a oportunidade de aprender uma profissão. Porém, devido ao grande movimento da loja e a prioridade em ajudar meus irmãos e primos, acabei não conseguindo fazer o curso de mecânica ou auto-elétrica que tanto desejava. Fui atuar na área de vendas. Foi quando, em viagem de negócios, conheci Londrina. Com a visão de empreendedor, abri uma empresa em Londrina, a Dapel”, completa Takeshi, que se casou com Rosa Mitsuko Makimoto, no mesmo ano de abertura da empresa, em 1965. “Quando me casei, tinha 23 anos e Rosa, 21. Nós tivemos cinco filhas: Massami, Yumi, Mye, Jane e Cintia. Temos duas netas, filhas da Massami, a Tathiana e a Patricia. Ela é a primogênita e trabalha conosco, na Dapel Auto-Peças, desde 1976. Mas minhas filhas, desde bem jovens, sempre trabalharam comigo também. Hoje, apenas a Cintia e Massami continuam na Dapel. Nós continuamos morando na Vila Casoni”, revela.
O empresário Takeshi gosta de uma boa pescaria. E lembra seu maior “prêmio”: “Pesquei um Dourado, no Rio Paranapanema, pesando 21 quilos e 500 gramas”, conclui. Em 1998, ele e a esposa estiveram no Japão conhecendo melhor a cultura de origem. “Durante um mês viajamos e aprendemos mais sobre os costumes e tradições japonesas, o que foi enriquecedor”, conclui.

Um comentário:

  1. Utilizando o google, tive a grata satisfacao de encontrar seus ascendentes que vieram no mesmo navio que meus pais.Aportaram em Santos no dia 23/12/1934 no navio (Manira Maru).Meus pais se chamavam Kensuke Okado (entao com 22 anos)e Koto Fukushima Okado (com 18 anos). Juntos, veio o irmao de minha mae, Katsujiro Fukushima, todos ja falecidos. Temos algumas fotos de festejos que eram realizados durante a viagem do Manira Maru.Como sempre a saga de nossa familia tambem nao foi diferente das demais imigracoes que tanto sofreram no seculo passado. Dessa forma, é imperativo e sagrado a veneracao aos nossos ancestrais que tanto sofreram para que hoje tivessemos uma vida melhor. A nossa familia tem domicilio fixado na cidade de Novo Horizonte-SP, localizado no centro do estado de Sao Paulo. Que o manto protetor divino proteja toda geracao niponica contemporanea e que os sonhos e os ideais de nossos ancestrais sejam galgados e se concretizem na efetiva materializacao do bem estar de nossa comunidade.Fraternais saudacoes.

    Rubens Minoru Okado - Novo Horizonte-SP

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