segunda-feira, 23 de março de 2009

Koga, Terumi


“Minha mãe faleceu quando eu tinha 12 anos. Cresci vendo meus pais darem duro na lavoura. Com 13 anos saí de casa e comecei a trabalhar, aprendendo o ofício de fotógrafo. Meu pai era de pouca conversa, mas deu exemplo de perseverança, trabalho e honestidade.”
(Terumi Koga)




O imigrante Sunao Koga deixou a Província de Saga Ken, ainda jovem, com 18 anos. Veio para o Brasil acompanhado dos tios. Tomiko, que viria a se casar com ele, deixou o Japão com 15 anos. Veio acompanhada dos pais. Isso aconteceu nos anos 30. Naquele tempo, a “Terra do Sol Nascente” não conseguia mais alimentar e satisfazer os desejos de todos os seus filhos. O casal tão logo aportou em Santos foi enviado para a região de Ribeirão Preto, no município de Pontal, no interior de São Paulo. Começava ali a saga da família Koga.
O terceiro filho do casal, Terumi Koga, nasceu em 1939 e conta a trajetória do pai, que, a exemplo de todos os imigrantes, vislumbrava por uma vida melhor e próspera. “Meus pais mudaram-se para Sapezal, no interior de São Paulo, quando eu tinha 5 anos. Eles continuaram trabalhando na lavoura, plantando algodão. Nós somos oito irmãos, mas cinco nasceram em Sapezal. Eu me recordo da infância ao lado da família e que foi interrompida pelo falecimento da minha mãe quando eu tinha 12 anos. Ela morreu moça, com 36 anos, de febre amarela. Foi quando, aos 13 anos, resolvi morar com meus avós maternos e também imigrantes, em Assaí. Lá eu cursei a Escola Japonesa por 2 anos. Quando retornei a Sapezal, meu pai havia conseguido um emprego para mim. Eu trabalhava mas não tinha salário. O emprego era em Paraguaçu Paulista. Eu morava lá comia e tinha roupas. Em troca, trabalhava. Era o acordo feito entre o meu pai e meu patrão. Mas valeu a pena. Comecei a conhecer a arte de fotografar nessa ocasião”, revela. Terumi permaneceu no emprego durante 4 anos. Os pai, Sunao, viúvo, passava dificuldades e, ao lado de outro filho, deixou Sapezal em busca de melhores condições de vida, em Assaí. “Foi quando meus tios ajudaram meu pai a montar uma quitanda. Logo em seguida consegui um emprego de auxiliar de fotografia nao Foto Estrela, em Londrina, e não pensei duas vezes. Depois gerenciei outra loja na rua Sergipe. Em 1961 fui para Rolândia como empregado e permaneci 6 meses. Meu patrão não me pagava o salário combinado e resolveu me vender a loja. Comprei com sacrifício, mas fui em frente. A loja se chamava Fotolândia, e até hoje eu a conservo, no mesmo local, na Avenida do Expedicionário. Eu fui abrir uma filial em Londrina, em 1976, já com o nome de Fotocélula. A primeira foi na rua Sergipe”, conta Terumi.
Sunao Koga casou-se pela segunda vez e faleceu em 1971, sem retornar ao Japão. “Meu pai fazia parte do movimento Shindo Renmei, ou seja, daqueles imigrantes japoneses que não aceitavam a derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial. Me recordo dele, sempre com a mala pronta porque achava que o governo japonês iria vir buscá-lo”, recorda.
A família de Sunao Koga permaneceu no Japão. “Meus avós paternos não imigraram e meu pai nunca mais os viu. Meu pai pouco falava, a gente não tinha muita informação sobre a família dele. Mas ele nos incentivou a trabalhar e ganhar a vida. Fiz o curso primário e não estudei mais. Porém, sempre trabalhei muito e aprendi tudo com o próprio esforço. Hoje temos 11 filiais da loja Foto Célula distribuídas entre Londrina, Rolândia, Arapongas, Maringá, Cornélio Procópio e Telêmaco Borba. Meus irmãos são Somiko, Minaki, Fumico, Tomiko, Laura, Tokio e Yaeko, mas todos estão em cidades diferentes, apenas a irmã caçula, Yaeko, mora em Londrina.
Terumi é casado com Fumico e tem três filhos: Cristiane, Michele e Anderson. “Mas a alegria da família é a neta Letícia, 5 anos”, conclui.

3 comentários:

  1. essa historia é uma das verdades mais lindas e extraordinarias da vida do sr terumi koga que nos deu o maior exemplo que um pai pode deixar para seus filhos,honestidade e trabalho em busca de uma vida melhor ou porque nao dizer em busca do sucesso que foi alcançado por meio do seu trabalho e da sua honestidade. parabéns terumi koga voce é um vencedor e um dos maiores exemplo da tragetoria da vida humana dos altos e baixos da nossa jornada, o meu desejo é que seus filhos proseguem com sucesso essa obra linda que o sr terume koga começou,um grande abraço para michele anderson e cristiane.from ninho ex funcionario da foto celula e um grande profissional na area de laboratorio que tem o prazer de deixar esse comentario.

    ResponderExcluir
  2. Olá Terumi, tudo bom!

    Quem escreve aqui é a Fumiko Koga, (filha de Sunao e Tomiko Koga) tudo bem meu irmão?

    Espero que sim! Gostaria de dizer que fiquei muito feliz com a estoria contada acima, a qual fiquei sabendo atraves do meu neto Tiago que também leva consigo o sobrenome "KOGA", realizando trabalho escolar encontrou, estas informações. Gostaria de dar-lhe mais detalhes acerca de nossa história, se quiser entre em contato conosco.

    abraços

    Fumiko

    ResponderExcluir
  3. Mais Koga...
    Ola "Tio".. se me permite lhe chamar assim... Sou genro da Sra. Fumiko Koga, sua irmã!
    Nós ficamos muito felizes com as suas belas palavras e gostariamos de ampliar um pouco mais o acervo de fotos do Vô Sunao.
    Temos uma foto bastante antiga onde podemos observar que aparece na foto Papai, Mamãe, Sumiko, Minako e Você, assim descrito pela Miko.
    Por favor, envie um email para mim Jose Carlos pra que eu possa enviar-lhe esta foto.
    Abraços, Tio.
    dr.prisco@yahoo.com.br

    ResponderExcluir