sexta-feira, 20 de março de 2009

Tsuru, Satiko Teresa


“A minha mãe, Miyoko Tsuru, com 82 anos, está lúcida e atuante. Ela pratica dança folclórica japonesa e natação. Não tem nada de acomodada. Tem mais disposição que a filha.”

(Satiko Teresa Tsuru Satin)



“Meus bisavós maternos tinham uma boa vida no Japão e quando meu bisavô, médico, veio a falecer, minha bisavó decidiu conhecer o Brasil, pois dizia-se que aqui “o dinheiro brotava em árvores”. Porém, um terremoto de grandes proporções antecipou a vinda da família para o Brasil. Vale ressaltar que eles foram a única família completa e intacta a imigrar para cá. Muitos não conseguiram embarcar e lá ficaram. Eles aportaram em Santos em setembro de 1923. Minha avó, Kane Kurauchi, da região de Akita-ken, veio aos 22 anos, casando-se em seguida com Hatisuke Shimauti. Meu avô, o único da comunidade que se fazia entender, coordenava o grupo em tudo, inclusive nas negociações de acerto de arrendamento do trabalho e até compras em mercados. Ele empresariou a primeira “jardineira” em meio ao mato alto, onde o único veículo era o conhecido cavalo. Lá, eles tiveram 7 filhos.” Quem conta toda a trajetória da família é Satiko Teresa Tsuru Satin, administradora hospitalar, integrando a equipe de trabalho do Hospital Ortopédico, desde 1975.
A família Tsuru é proveniente de Saga, uma província japonesa situada na Ilha de Kyushu. É lá que teve início a família de Kito e Guishiro Tsuru, avós paternos de Satiko, agricultores, e que deixaram o Oriente em busca de prosperidade. “A família do meu pai desembarcou no Brasil em abril de 1930. Meu pai, Tatsuyoshi Tsuru, que aqui passaram a chamá-lo de Adelino, tinha 5 anos e a lembrança do país de origem foi cedendo espaço ao dia-a-dia na lavoura, onde a família teve que dar duro e trabalhar muito no Brasil”, conta Satiko, casada com Luiz Carlos Satin, mãe de Isabella Yumi, com 17 anos, e Guilherme Akira, 24 anos.
Alegre, fiel à tradição familiar, Satiko tem documentos, recortes, fotos dos pais e avós. Tudo caprichosamente guardado, arquivado. “Meus pais casaram-se no interior de São Paulo, em Araçatuba, em janeiro de 1949, onde trabalharam na lavoura de algodão.”
Os pais conheceram-se quando ele era atleta, saltador de varas em altura. “Eles tiveram três filhos: eu, que sou a caçula, meu irmão Sérgio Kazuo, atualmente residindo em Curitiba onde é consultor empresarial e coordenador de pós-graduação. Tem duas filhas acadêmicas de Medicina, Maryana Sayuri e Fernanda Miyoko. E minha irmã Neide Midori, que mora no Japão, bem adaptada e feliz. Trabalha na Sony, na Província de Aichi-Ken. Tem uma única filha, Mirian Akemi, 18 anos. Moramos muitos anos em Ibiporã, minha terra natal, e em 1978 viemos definitivamente para Londrina”, conta.
Totalmente integrada aos costumes brasileiros, a dinâmica Satiko, casada com um descendente de italianos, revela que o filho mais velho gosta de preservar e estudar alguns hábitos japoneses. “Mas tal o pai, adora um carnaval, samba, e é muito alegre. Por outro lado, adora a comida japonesa que a avó Miyoko prepara”, conclui.
O pai de Satiko é falecido.

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