sexta-feira, 20 de março de 2009

Ueda, Ricardo


“Meu avô, Yoshito Ueda, é pioneiro em Maringá. Ele e a minha avó construíram uma bela história de vida, da qual tenho muito orgulho. Meu avô chegou ao Brasil em 1927 e a minha avó, em 1932. Lutaram muito e venceram.”
(Ricardo Ueda)



A Província de Oita, no Japão, é considerada a “terra da abundância”. Localizada na parte nordeste de Kyushu, a região de Oita é conhecida pelos seus famosos onsens (fontes termais). É rica em recursos naturais, e possui dois parques nacionais e três grandes áreas verdes, além do mar, que oferece peixes e frutos do mar frescos para a culinária local. A sopa que caracteriza a região é chamada de Dangojiru (dango = massa, e jiru – sopa), preparada com massa artesanal, do tipo talharim, e caldo especial com missô (pasta de soja), cogumelos shiitake e temperos à base de peixe, inhame e bardana (gobô). É de lá o pioneiro Yoshito Ueda, que, no Brasil, casou-se com a senhora Setsuko Ueda. “Minha avó, aos 90 anos, continua lúcida. Ela veio adolescente para o Brasil, a bordo do navio Montevidéu. Casou-se com meu avô. Os dois deram duro na lavoura. Meu avô foi produtor agrícola e em Maringá teve uma máquina de arroz e outra de café. Eles chegaram em Maringá em 1950 e constituíram família.” Quem conta é o médico Ricardo Ueda, neto do casal imigrante. O casal Ueda teve 7 filhos: Yoshinori, Hicaru, Moacir, Catarina, Joana, Angelina e Mário.
O pioneiro Yoshito desembarcou no Brasil em 1º de outubro de 1927, a bordo do Kamakura Maru. “Na bagagem, sonhos, esperanças por uma vida melhor”, relata o neto. A história de Yoshito Ueda é igual a de tantos imigrantes que ao aportarem no Porto de Santos, foram para as lavouras e começaram uma árdua etapa de vida entre os pés de café ou em roçados cedidos pelos proprietários de fazendas de São Paulo e do Paraná. “Minha avó conta a dificuldade com que iniciaram a vida aqui. Mas aprendeu a amar o Brasil”, ressalta.
O filho mais velho, Yoshinori, pai de Ricardo Ueda, foi o braço direito do pai, e, assim como os outros irmãos, se dedicou às máquinas de arroz e café. “Todos os irmãos trabalhavam na mesma empresa, era uma comunidade. A empresa Máquinas Brasil ficava na Avenida Mauá e fez história em Maringá. “Nós morávamos num único terreno em quatro casas vizinhas. Meu avô fazia questão de nos manter unidos. Minha avó comprava rolos de tecidos e fazia roupas para todos”, relata. Com a desativação da empresa, quando a geada dos anos 70 reduziu o cultivo do café pela metade, outras alternativas de trabalho começaram a ser estudadas pelos irmãos Maeda. “Meu pai se tornou bancário e se aposentou pelo Banco América do Sul. Minha mãe, Kioko, sempre foi dona de casa”, diz. Ricardo tem um irmão, Rubens Ueda, residindo no Japão há 15 anos.
Ricardo Ueda é cardiologista, atua na área de hemodinâmica.É casado com Patrícia Ueda, pai de Fernanda, Beatriz e Maria Eduarda. É formado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina, turma de 1993, foi o primeiro residente de cirurgia clínica da UEL. “Sou feliz, me sinto plenamente realizado. Trabalho no que eu gosto e tenho uma família linda’, conclui.

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