segunda-feira, 23 de março de 2009

Shirahige, José Kenji


“Os orientais que vieram para o Brasil ensinaram muitos brasileiros a absorverem o espírito de determinação e vontade de vencer na vida à custa do próprio esforço. Os japoneses integraram-se no contexto da sociedade brasileira, assimilando nossos costumes e concorreram com sua experiência em diversos campos de atividades para acelerar e fortalecer a economia.”
(José Kenji Shirahigue)



Ainda era primavera quando o imigrante Kenichi Shirahige aportou em Santos, proveniente de Shizuoka Ken, no Japão. O Brasil despertava curiosidade, expectativas e sonhos. A história de Kenichi não seria diferente das centenas de pessoas que estiveram a bordo do navio Argentina Maru, em agosto de 1928, partindo do Porto de Kobe. No solo brasileiro eles foram pisar dois meses depois. Começava uma trajetória de muito suor, luta e esperança, Kenichi Shirahige nasceu em 01 de outubro de 1912, portanto era adolescente quando precisou enfrentar cultura, tradição e hábitos completamente diferentes. Não deve ter sido fácil para aquele jovem deixar seu país de origem e se aventurar num país com clima tropical, comida com tempero diferente, idioma estranho e condições precárias de moradia. O primogênito de Renzo e Sada Shirahige viajou com a família. Logo que chegaram a Santos foram enviados para a região Mogiana, no interior de São Paulo. Lá, eles trabalharam como colonos na lavoura de café até 1936. A história da família é contada pelo filho de Kenichi e Tetsu, o engenheiro José Kenji: “Em 1936 meu pai adquiriu terras em Rolândia e radicou-se, precisamente na Gleba Cafezal. Participou da construção do clube japonês, da escola e campo de beisebol. Foi professor de língua japonesa, sucedendo sua mãe, Sada, pois tinha curso ginasial completo e estava cursando o colegial no Japão, antes da vinda ao Brasil. Em 1942, meu avô Renzo morreu aos 54 anos de idade. Foi quando meu pai assumiu a criação dos irmãos que ficaram sob seus cuidados. Meu pai foi praticante e apaixonado por esportes, tinha enorme aptidão principalmente para o atletismo, inquestionavelmente deixou saudades pelos seus feitos e realizações. O seu irmão mais novo, Karoku Shirahige, conseguiu destaque no esporte, conquistando inúmeras vitórias no pedestrianismo 100 e 200 metros rasos, conquistando inúmeros troféus e medalhas”, ressalta. Kenichi conheceu Tetsu Shimazaki e se casaram. Tiveram os filhos: Takashi Shirahige, engenheiro químico, aposentado, residente em São Paulo, casado com Aparecida Barbosa, pai de Alessandro (Engenheiro Elétrico) e Flávio (Economista); Massaco Shirahigue (falecida), que trabalhou 36 anos como Escrivã no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Rolândia; Yoshie Koyama, casada com Marcos Koyama, residente em Toledo (PR), professora aposentada, mãe de Gislene (processadora de informática), Hilário (formado em mecatrônica na USP) e Márcio (formado no ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Nobuko Shirahigi, residente em Rolândia), professora aposentada, casada com Pedro Colussi; José Kenji Shirahigue, engenheiro civil, residente em Londrina, casado com Maria Helena San Din, pai de Annelise (Contadora), Ligianne (Engenheira de Alimentos) e Tatianne (Contadora); Mário Hayato Shirahige, aposentado, Engenheiro Agrônomo, residente em Americana (SP), casado com Olinda Shigueko Hoshino, pai de Fábio (Engenheiro Elétrico) e Fernando (Engenheiro Agrônomo); Maria Tomie Shirahige Sato, professora aposentada, residente em São Paulo, casada com Makoto Sato, mãe de Daniela (Engenheira Química) e Rafael (formado em Mecatrônica na USP); Elena Etsuko Shirahige, doutora em Psicologia Educacional pela USP, chefe do Departamento de Educação da Universidade Mackenzie e autora de vários livros sobre sua especialização, residente em São Paulo, casada com Marco Antônio Cadamuro, mãe de Felipe (médico) e Lina Gabriela (estudante de Fisioterapia); Cristina Akiko Shirahige, residente em São Paulo, formada em Enfermagem de Alto Padrão, exerce atividade no INCOR (Instituto do Coração de São Paulo). “Meus pais, Kenichi e Tetsu, empregaram todos os seus esforços para a evolução brasileira, educaram seus filhos, conscientizando-os de seus direitos e deveres, fortalecendo-lhes a alma, convencendo-os de que sempre existiu e sempre existirá a verdadeira solidariedade humana, enrijecendo-lhes o físico pelo trabalho, pela higiene e moral, a fim de premiá-los com a alegria de viver. O conforto que conquistaram foi com as próprias mãos, lutando muito. E conseguiram com muito esforço formar os filhos com curso superior”, comenta José Kenji. No Brasil, a família Shirahige é uma das poucas que seguem a religião “Xintoísmo”. Após a 2ª Guerra Mundial, como a situação do Japão era terrível, com o país arrasado em conseqüência da guerra, Kenichi ajudou a reconstrução dos Templos “SHIRAHIGE JINJA” localizados em várias regiões do Japão, tais como Kyoto (Lake Biwa, Daitokuji Temple, Ryoanji Temple, Kinkakuji Temple, Heian Shrine), Nara, Okutama Murashi Michi, Tóquio, Tsurugashima City, etc. Existe ainda “SHIRAHIGE BRIDGE” (Ponte) em Tóquio, a 7 km do centro, “CASCATA SHIRAHIGE” em Kamikawa-gun, Hokkaido; “SANTUÁRIO SHIRAHIGE“ em Sumidaku – Tóquio, localizado 2 km ao Sul de Omi-Takashima, Estação JR; “SHIRAHIGE LABORATORY – Laboratório de Genoma, Estrutura e Função”, no Instituto de Tecnologia de Tóquio, todos em homenagem à família Shirahige, que era tradicional no Japão. “Meu pai faleceu em 16 de junho de 1975, com 62 anos. E minha mãe, em 9 de janeiro de 1994, com 76 anos. Ambos, em Rolândia, deixando marcas imperecíveis que jamais se apagarão na voragem dos tempos”, conclui.

6 comentários:

  1. Amo este sobrenome que é o meu com muito orgulho, moro no Japão há 14 anos e já visitei alguns templos. Orgulho! Orgulho e mais orgulho.

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  2. Procuro por Mário Takehito Shirahige, de Paranavaí-PR. Em 1974 trabalhamos juntos na Albany e desde então não tenho mais notícias do Mário. Se alguém souber sobre êle, por favor, comuniquem pelo e-mail carlosoldoni@hotmail.com. Grato!

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  3. Meu nome é Adilson Benedito da Silva, meu pai trabalhou no sitio do seu Shira como nós o chamavamos, gostavamos muito dele, mudamos no sitio em 16/07/1973 onde meu pai ficou morando ate p ano de 1989 e meu sogro Edson Sbroglia ate o ano de 2002. tenho saudades do tempo que moramos neste sitio e conchemos um pouca da familia shirarigue.

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  4. Sou dos Shirahige tambm enbora meu avo kosaku Shirahige foi registrado errado quando chegou no Brasil ficando Shirashigue chegando em Ribeirao Preto
    Mais vindo pra Assai Parana e vivendo sua vida toda em Assai

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    1. Opa sou Shirashigue tambm Marcos shirashigue neto de kosaku e yae meu contato 43 984340136

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