sexta-feira, 20 de março de 2009

Tanaka, Waldemar Massahiro


“Meus pais deram estudos para os quatro filhos. Trabalharam duro na lavoura para ver os filhos formados, todos com curso superior. Meu pai faleceu em 1992 e minha mãe, aos 81 anos, está lúcida, ativa e cercada pelo carinho dos netos.”
(Waldemar Massahiro Tanaka)

A família Tanaka teve origem na Província de Fukuoka- Ken. O patriarca Serihê Tanaka imigrou para o Brasil com a esposa, Shigueno, e os filhos Katsumi e Yoashino. Logo que aportaram em Santos tiveram um único destino: Igarapava, no interior de São Paulo, onde tiveram mais três filhos: Hajime, Kikue e Harue. O filho Katsumi ajudou os pais na lavoura, que depois de alguns meses se deslocaram para a Fazenda Cantagalo, em Cambará, no Norte do Paraná.
Atraídos pela “terra roxa”, Katsumi e a esposa, Akino Ueda Tanaka, logo se mudaram para Londrina e compraram um sítio em Jataizinho, mais precisamente em Frei Timóteo, onde era a antiga parada do trem. O casal teve seis filhos: Tsurue, Alice, Tiyoko, Massaro, Maria e Luis. Quem relata a trajetória da família é o dentista Waldemar Massahiro Tanaka, filho de Tsurue. “Minha mãe conheceu meu pai, Nobori Tanaka, no estilo “miai”. Foram apresentados poucos meses antes de se casar. As famílias japonesas tinham essa tradição e cabia aos filhos aceitarem sem questionar. Naquela época era assim. O casamento foi em Bandeirantes, em 1950. Meus pais tiveram quatro filhos: Roberto, que é médico, eu, que sou dentista, Gilberto, engenheiro civil, e Noêmia, farmacêutica e bioquímica. Todos nós estudamos graças à dedicação dos meus pais.”
O casal Tsurue e Nobori fez história em Londrina. “Meu pai foi motorista da empresa de bebidas Izumi. Chegaram a morar na casa do meu avô Katsumi, na rua Mato Grosso, e com a ajuda dele, montaram um bar na rua Jacarezinho esquina com a rua Duque de Caxias. Era um bar onde se jogava snooker sempre com vários clientes e praticantes. Mais tarde meus pais compraram um terreno na rua Belém, de propriedade da família Favoretto, de Sertanópolis. Eu me lembro que o terreno foi adquirido com a renda da colheita de café de um sítio que tínhamos em Sertaneja. Nós permanecemos morando na rua Belém até 1974. Meu pai construiu um boa casa naquele terreno”, revela.
Com o passar dos anos, o casal Tsurue e Nobori começou a viver de renda das casas de aluguel que foi adquirindo e da “pururuca” que fazia artesanalmente. “Eu ajudei muito meus pais a preparar a pururuca de porco. Dá muito trabalho, mas colaborou com o nosso sustento durante alguns anos. Meu pai faleceu em 2 de junho de 1992, e minha mãe, com 81 anos, está bem e lúcida. Teve uma expressiva participação na Igreja Messiânica de Londrina.”
Waldemar é casado com Júlia Midori Ueda e tem duas filhas, Carolina Nobue Tanaka, 16 anos e Izabela Tiemi Tanaka, 13 anos. Roberto foi casado com Ieda Garcia Tanaka (falecida) com quem teve dois filhos: Roberto Massahiro Tanaka Filho e Marcela Mitiko Garcia Tanaka. Depois casou-se com Terezinha Sanches Tanaka com quem tem o filho Yuri Afonso Nobori Sanches Tanaka, com 13 anos. Gilberto é casado com Lourdes Tieko Tanaka, pais de Andressa, Larissa e Caio. Noêmia é esposa de Edson José Garcia, mãe de Naomi, Maira e Akira. A mais nova integrante da família é Flávia, com três meses, bisneta de dona Tsurue.
Nascido em Bandeirantes, em 1951, Waldemar Massahiro Tanaka graduou-se em Odontologia e História. E faz questão de salientar que sua formação escolar é toda pública. “Estudei no grupo Benjamin Constant, no Colégio Vicente Rijo e na Universidade Estadual de Londrina.” O avô paterno, Taneo Tanaka, casou-se com Haru, em São Paulo, em 1935. “Provenientes de Fukuoka, eles tiveram 11 filhos, entre eles, meu pai, Nobori. Em nossa família, pouco preservamos a cultura japonesa, mesmo porque um irmão e uma irmã casaram-se com brasileiros. E com a convivência, o dia-a-dia, todos vão se adaptando aos costumes ocidentais. A preservação da cultura japonesa é feita, contada e vivida pelos imigrantes japoneses. Eles têm história e um valor imensurável”, conclui.

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