segunda-feira, 23 de março de 2009

Kishima, Marina Okuyama
















“Ao conhecer as raízes da minha família, me surpreendi ao saber que a carreira de professor tem tradição na família por várias gerações, desde o meu tataravô que foi professor no sistema feudal e fundou uma escola de ensino fundamental no ano 6 da era Meiji.”
(Marina Okuyama Kishima)



Shizuo Okuyama tinha 12 anos quando desembarcou no Porto de Santos. Era uma criança aguçada pela curiosidade de vir morar num país com cultura, clima, idioma e tradição completamente diferentes daqueles vividos na Província de Yamagata, conhecida por suas deliciosas cerejas, situada ao nordeste do Japão, onde a região consiste 70% de montanhas.
Era a manhã fria de 25 de maio de 1922 quando Shizuo e o irmão Shiro e a esposa desceram as escadas do navio e pela primeira vez pisaram o solo brasileiro. Deixavam para trás uma história de vida para recomeçar outra, recheada de saudades dos pais, Tiuzaburo e Riya Okuyama, que ficaram no Japão esperando o retorno dos filhos tão logo fosse possível. “Meu avô era professor em Yamagata e minha mãe tinha um pequeno comércio. Eles ficaram no Japão crendo na prosperidade dos filhos aqui no Brasil, assim como centenas de imigrantes. Quando desembarcaram no Porto de Santos, meu pai, meu tio e a esposa foram para a Fazenda Santa Maria, em Sampaio Vidal, no interior paulista, onde trabalhararam como colonos na lavoura de café. Depois foram para Promissão, permanecendo de 1923 a 1929, quando se mudaram para o Paraná. Foram morar em Santa Mariana, lá ficando de 1929 a 1940. Começaram a prosperar e compraram as próprias terras. Meu pai casou-se com a minha mãe, Yoshimi Okuyama, em 1933. Em 1940 eles mudaram-se para Londrina e foram morar num sítio adquirido pelo irmão Shiro, na Gleba Frazer”, relata Marina Okuyama Kishima, filha de Shizuo e Yoshimi.
Yoshimi Satake Okuyama também veio para o Brasil sem os pais, Kikue e Kuranoske Satake, que permaneceram no Japão. Ela tinha 15 anos e viajou na companhia de uma prima casada. Chegaram ao Brasil em 23 de maio de 1930. “Minha mãe foi trabalhar numa fazenda em Franca, no interior de São Paulo, e se mudou para Santa Mariana onde conheceu meu pai”, relata.
Marina Okuyama Kishima formou-se em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina e fez residência em Patologia no Hospital do Servidor Público de São Paulo. Fez mestrado em Medicina Interna no Hospital Universitário e atua como patologista e professora da disciplina de Anatomia Patológica na UEL. “Nasci em 1956 e meus pais tiveram onze filhos: eu, que sou a mais nova, Oscar, Joana, Lauro, Juliana, Catarina, Jorge, Luiza, Rosa, Rui e Cecília. Meu pai faleceu em 1993, com 84 anos, e minha mãe, em 1996, com 81 anos. Eles deixaram um legado de tradições, principalmente religiosas. Conservamos o santuário (obutsudam), onde mantenho os cuidados e os rituais aprendidos e praticados pela minha mãe e sogra. E enquanto meus pais e sogra eram vivos, nós falávamos em japonês”, relembra.
Marina tem fortes recordações dos pais vivos e que foram os protagonistas de uma história marcada por muita luta, determinação e trabalho. “Meu pai contava que quando ele e o irmão Shiro foram migrar para o Brasil, o outro irmão, mais velho, ao se despedir disse: ‘Nunca se esqueçam que a atitude diária de vocês está ligada à nossa casa, ao nosso país, portanto, mesmo em situações difíceis, não se esqueçam do orgulho de serem japoneses, nada façam para prejudicar a imagem da nossa família que é de educadores tradicionais.” Ensinamento que tem sido praticado de geração a geração da família Okuyama e que hoje tem extenso número de membros. “Meus pais tiveram os netos Ivan Marcos, Karin Lecy e Kátia Regina Okuyana, Sérgio, Arnaldo, Vera Lúcia e Ângela Cely Tudida, Cláudio Eduardo, Ana Cristina e César Augusto Okuyama, Hélcio, Henry e Érica Matsuguma, Patrícia e Raquel Okuyama, Rodrigo, Vinícius e Rafael Fugii, Mariana e Luiz Felipe Kishima. E os bisnetos Adriano e Arissa Tutida, Eric e Diego Vanzella, Thiago Okuyama Uehara, Luciano Okuyama Rocha, Alice e Camile Okuyama, Aline e Gabriela Matsuguma, Beatriz, Izabel e Julia Matsuguma e Melissa Okuyama de Ros.”

2 comentários:

  1. muito bom tbm sou da familha meu pai e o luis assal okuyama meu tio e julio okuyama mora no paraná e eu e minha mae e meu irmão moramos em cuiaba mt OBRIGADO..

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  2. Bom dia: encontramos documentos em nome de "Thiago Okuyama Uehara".
    Se for o bisneto de vocês, favor pedia para entrar em contato.

    lopes.fernando@hotmail.com

    Grato.

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