segunda-feira, 23 de março de 2009

Shiratori, Eduardo


“A maior felicidade para o homem é saber viver cada momento, como se fosse uma criança, pois isto é o presente.”
(Eduardo Minoru Shiratori)




família Shiratori chegou ao Brasil em 14 de abril de 1933. Nobuji e Mitsui Shiratori e os filhos desembarcaram em Santos depois de uma viagem de quase 60 dias a bordo do navio Rio de Janeiro Maru. No Japão eles trabalhavam na agricultura e no Brasil aspiravam por novos tempos, com maior prosperidade, imaginando retornar ao país de origem assim que conseguissem uma certa estabilidade financeira. "Meus avós paternos vieram na década de 30 e meus avós maternos, Hiroshi Yamaguti, em 1916 a bordo do navio Santos Maru e Mitsuyo Yamaguti, em 1912, com 6 anos de idade. Meus avós paternos eram da província de Hokkaido, meu avô materno, de Saga Ken e minha avó, de Hiroshima”, relata Eduardo Minori Shiratori, neto, filho de Haruo Shiratori e Amiria Tomoko Shiratori.
A família Yamaguti chegou a Santos e foi para a região Mogiana. Depois fixou-se na região de Paraguaçu Paulista. A família Kuwabara fixou-se na região Sorocabana. “Meus avós, Hiroshi Yamaguti e Mitsuyo Kuwabara, casaram-se em Presidente Prudente e depois foram para Cristal. Lá compraram terras, mas tiveram de vender porque havia muita formiga saúva. Vieram então para Londrina, no ano de 1947, mas montaram um comércio de secos e molhados em Santa Zélia. Meu avô estudou japonês por conta própria e andava cerca de 30 km para estudar português quando chegou ao Brasil, pois se não soubesse se comunicar, não conseguiria viver aqui. Nas regiões onde morou, sempre serviu de intérprete para os que tinham dificuldade de comunicação. Isto fez com que ele viajasse com muitos imigrantes a fim de marcar e realizar consultas e tratamentos. Minha mãe, Amiria, estudou no colegio Hugo Simas e no Vicente Rijo. Concluiu o segundo grau no CEBJA”, conta Eduardo.
Haruo Shiratori tem sete irmãos: Takamitsu, Kuniharu, Hiroitsu, Massae, Katsuko, Take e Yutaka. Amiria tem dez irmãos: Angelina Tieko, Ilda Kinue, Rosa Mieko, Elma Namie, Julia Satie, Tuguhe, Fábio, Julio, Massahiro e Tomohiro. “Meu pai falava e cantava em japonês, ele faleceu em 2004. Atualmente minha mãe reside em Apucarana. Meus irmãos são Helena, Aparecida e Paulo. Sou casado com Luciana Azzine Shiratori e temos dois filhos: Eduardo e Luiza. Vim para Londrina em 1978 para concluir o segundo grau. Estudei no curso Universitário. Entrei em Odontologia na UEL em 1980. Terminei a graduação e voltei para Apucarana. Fiquei lá até 1988 quando ingressei no curso de Medicina na UEL, concluí o curso e fiquei, desde então fixei-me na cidade”, conta.
Eduardo relembra algumas histórias contadas pelos avós imigrantes que até hoje são guardadas no coração. “Eles tiveram tempos difíceis. Meus avós paternos moravam em Hokkaido, uma região muito fria, com temperaturas baixas durante a maior parte do ano. Todos queriam comer frutas, mas o preço era alto, porém durante o inverno, devido ao frio intenso, o trem não circulava e aí a vontade de comer frutas era saciada, pois não havia o transporte e o preço das maçãs caía muito. Meu avô comprava muita maçã com preços baixos e aí eles falavam que não queriam mais comê-las. O objetivo deles era vir para o Brasil, juntar dinheiro e voltar para o Japão. Chegando ao Brasil, meu pai ficou pouco tempo na lavoura. Fora o tempo no Estado do Pará e na região de Vera Cruz, onde eles permaneceram logo que aportaram no Brasil. De Vera Cruz, meu pai e seu irmão Kuniharu foram a Ourinhos. Depois vieram para Londrina, onde montaram um bar na rua Duque de Caxias. Meu pai estudou e assim que concluiu os estudos abriu um escritório, mas foi convidado por um amigo de Apucarana a ir trabalhar numa firma, temporariamente - era a Miyazaki S/A Comercial Agrícola, onde ficou até a sua aposentadoria. Gostava muito do que fazia e dizia que devíamos nos dedicar àquilo que fizéssemos. Meu pai e minha mãe se casaram em 1956 e residiram em Apucarana. Meu pai foi para o Japão em 2003. Ele sempre quis conhecer seu país de origem”, conclui.

3 comentários:

  1. Muito bom saber sobre a história da minha família!

    Eu sou neto de Takamitsu Shiratori.
    meu nome é Renato Takamitsu Shiratori!
    se possível eu gostaria de entrar em contato para poder saber mais sobre a história da família!

    grato desde já!

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  2. Meu avô veio do Japão com 12 anos, Masato Shiratori, atualmente está com 98 anos e graças a Deus muita saúde... gostaria de saber mais da história da família, achei muito interessante seu blog. Bjs Juliana Akemi Shiratori

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  3. Gostaria de saber sobre Helena Shiratori. Parece-me termos trabalhado juntas nos anos 80.

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