sexta-feira, 20 de março de 2009

Tanaka, Luiz Sekio
















“Meu esporte na infância era trabalhar. Eu vendia e atendia a todos na quitanda. Comecei na rua Duque de Caxias, com meu pai e os irmãos mais velhos. Aos 10 anos já estava atrás do balcão. Não tinha moleza, mas foi bom. Aprendi a correr atrás dos meus objetivos e venci.”
(Luiz Sekio Tanaka)




A Província de Fukuoka é banhada pelo mar por três lados, além de fazer fronteira com as províncias de Saga, Oita e Kumamoto. Flor de ameixeira e azaléa são os símbolos de Fukuoka. E foi de lá que a pequena Uyeda Akio veio, aos 6 anos, acompanhada dos pais no navio Itakushima que deixou Kobe, em 1911. Aqui ela conheceria Tanaka Katumi, que também havia deixado Fukuoka aos 12 anos. A história da família é relatada pelo dentista Luiz Sekio Tanaka, casado com a psicóloga Eliza Dieko Oshiro Tanaka, professora da UEL, e pai de Jefferson e Cristiane.
“Meus pais são provenientes da mesma região, Fukuoka, e vieram ainda crianças para o Brasil. Se conheceram aqui e casaram-se ainda bem jovens. Tiveram 7 filhos: Nair, Paulo, Hilda, Massaro, Alice, Maria e eu, que sou o caçula. Eu perdi minha mãe com 9 anos e meu pai, com 15. Tive que me virar, aprender a batalhar pelas minhas coisas. Com apenas 10 anos eu já trabalhava com meu pai e meus irmãos na quitanda União, situada na rua Duque de Caxias com a rua Santa Catarina, em Londrina. Cursei o primário no Evaristo da Veiga, em 1956. Depois fui para o Colégio Londrinense e finalmente me formei em Odontologia, na primeira turma da Universidade Estadual de Londrina, em 1971. Não foi fácil. Mas com garra e determinação, venci com o apoio dos meus irmãos mais velhos.”
Os pais de Luiz Sekio trabalharam durante muitos anos na região de Ribeirão Preto, no interior paulista. “E na cidade de Cravinhos foi que nasci. Mas quando eu tinha dois anos, nos mudamos para Jataizinho”, relembra. A família Tanaka não fugiu à regra. Os imigrantes japoneses povoaram o Norte do Paraná, atraídos pela fertilidade do solo abundantemente propagandeada no interior de São Paulo, principalmente. E arriscavam suas vidas, embrenhando-se nas matas virgens do Norte do Paraná em busca de dias melhores para as suas famílias. “Meus pais trabalharam arduamente. Eles foram residir em Frei Timóteo, um patrimônio onde meu pai era agricultor junto com meus irmãos. Minha mãe, além de ser dona de casa, também ajudava na roça. Eu era um pouco mais poupado porque era o filho mais novo. Os irmãos mais velhos faziam o trabalho braçal. Eu me lembro que mesmo adaptados aos costumes brasileiros e italianos, meu pais mantinham a imagem do imperador do Japão na sala da nossa casa”, conta.
A família de Eliza é de Okinawa. “Somos 6 filhos: Hatsuko, Yoshiaki, Mário (já falecido), Iza, Marina e eu, a caçula. Meu pai, Sozin, faleceu em 2001 com quase 92 anos de idade. Minha mãe, Yoshiko, tem quase 90 anos, é lúcida, faz crochê e “raiku” (trovas em japonês). Eu estive no Japão em 2000 e conheci uma tia da minha mãe que hoje tem quase 103 anos. Minha mãe também um tio com 99 anos, irmão dessa tia, que mora em São Paulo.” Luiz esteve visitando os parentes no Japão em 1992 e 2000. “E quando podemos, viajamos sempre juntos. Agora temos mais motivo ainda, pois a nossa filha Cristiane, formada em Turismo e Hotelaria, atualmente reside na Nova Zelândia’’, comenta.
O casal faz parte da Associação de Pais da Escola Mity de Karaokê. “Os participantes desse grupo são dedicados e lutam para disseminar a cultura japonesa aos seus filhos e na comunidade, como forma de preservá-la”, explica Eliza, que está aprendendo a jogar tênis junto com o marido. “É o nosso esporte preferido. Costumamos brincar no Condomínio Royal Tennis, a nossa futura moradia”, conclui. O filho mais velho, Jefferson, é dentista, e é casado com Evelise que também é dentista. Ambos estão concluindo o doutorado na UNESP de São José dos Campos e trabalham junto com o pai na clínica odontológica.

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