segunda-feira, 23 de março de 2009

Sugeta, Huguiyoski


“Meu pai era exigente com os filhos. Costumava dizer que nós venceríamos apenas pelo nosso próprio esforço. Mas também sabia ser carinhoso. Tivemos uma ótima educação.”
(Huguiyoski Sugeta)


Localizada na parte oeste de Shikoku, a Província de Ehime é considerada a maior produtora de laranja do Japão. Foi lá que se iniciou a saga da família Sugeta, onde o jovem Takeshi passou a infância e adolescência. Tempos difíceis aqueles que o trouxeram para o Brasil, aos 17 anos, em 1929. “Meu pai aportou em Santos e logo foi trabalhar em Nogueira, no interior de São Paulo, numa fazenda de café. Ele conheceu minha mãe aqui no Brasil e em 1936 mudou-se para o Norte do Paraná. Foi trabalhar na Colônia Lorena, em Cambé, ao lado de outros vários japoneses que vieram para cá em busca de prosperidade”, relata o engenheiro agrônomo Huguiyoski Sugeta, à frente da Solotécnica – Indústria e Comércio de Sementes Ltda.

Takeshi casou-se com Akio em 1938. “Minha mãe era de Assaí. Foi feito o tradicional “miai”e eles se casaram. Ela tinha 18 anos. Meus pais tiveram 8 filhos, sendo 6 homens e 2 mulheres. Mitsutoshi, Huguiyoski, Antonio Yukio, Amélia Mitiko, Mário Mitio, Geraldo Torayoshi, Tereza Shizuko, Jorge Yoshio. Fomos todos criados em Cambé, onde vivíamos de uma propriedade de 30 alqueires de café”, relembra o agrônomo.
As lembranças são muitas, recheadas de histórias contadas pela própria mãe de Huguiyoski, dona Akio, hoje com 88 anos. “Ela conta que meu avô era bon vivant, gostava de gastar. Vieram para o Brasil com as economias da minha avó. Mas aqui ele ganhou muito dinheiro e tinha como objetivo retornar ao Japão. Porém faleceu antes de concretizar seu sonho. Já meu pai adotou o Brasil como a sua terra e nunca mais quis retornar ao Japão.”
O empresário conta que o pai era um exímio praticante de beisebol. “Herdei dele esse talento. Comecei a treinar cedo e formamos uma equipe na Colônia Lorena onde residimos por muitos anos. Foi em 1948 e éramos 15 jogadores. Quando comecei meus estudos no Colégio Londrinense, jogava bem e tinha gosto pelo esporte”, conta.
A família Sugeta finalmente muda-se para Londrina, em 1951. “Meu pai, visando nossos estudos, resolveu deixar o sítio e vir para a cidade. Eu tinha 12 anos naquela ocasião e terminei meus estudos no Colégio Hugo Simas. Depois fiz faculdade de Agronomia, em Piracicaba, me formei em 1965 e retornei a Londrina. Naquela época, ser funcionário público era a melhor opção e eu fiz um teste na Companhia de Fomento Agrícola do Paraná, em Curitiba, e passei. Acabei entrando para a área de desenvolvimento de sementes de amendoim e algodão, onde permaneci durante 2 anos. Depois fui para uma multinacional, sempre incentivado pelo meu pai, que a vida toda deu muita importância aos estudos dos filhos. Em 1972 montei com meus sócios a Solotécnica’’, recorda.
Ele conta que o pai se tornou famoso como técnico de beisebol. “Ele era disciplinado, exigente, bravo com os jogadores. E com os filhos. Mas valeu a pena. Todos os filhos estudaram, fizeram faculdade. Meu pai sempre se esmerou, não mediu esforços. Precisou ir vendendo o que tinha para pagar nossos estudos. Acabou sobrando o sítio onde fomos criados”, diz.
Desde 1951, o time de Beisebol da Acel, tendo à frente Huguiyoski Sugeta, vem conquistando medalhas e troféus. Durante 11 anos foi o titular e fez grandes conquistas arrematando 65 títulos oficiais. Aos 30 anos, em 1971, casa-se com a professora Sumie com quem namorou 6 meses. Tiveram 3 filhos: Eduardo, Fábio, Silvio. Eles têm duas netas: Gabriela Tiemi e Daniela Sayuri.

Um comentário:

  1. Preciso falar com Jorge Y. Sugeta, 13 e 14 de nov. vai ter encontro 30 anos de formatura ESAPP. Vai ser P. Prudente, + informações (18) 3916-1061 com Chico Nehring.

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